Mar Inquieto
quinta-feira, maio 28, 2009
terça-feira, maio 26, 2009
insones
Fumam à janela, o vento frio
desfaz o fumo, os dedos tremem.
Não sabem uns dos outros,
espalhados pela cidade, mas
procuram as luzes ainda acesas
noutras casas. Noite dentro,
..................................................
José Mário Silva
in Luz Indecisa
Oceanos, Abril de 2009
ONTEM COMO HOJE!
quinta-feira, maio 21, 2009
quarta-feira, maio 20, 2009
CONSCIÊNCIA
À noite,
no terraço,
uma cadeira sem ninguém,
como se suportasse o peso de tanto vazio
(...)
Josep M. Rodríguez
in A Caixa Negra
Trdução de Manuel de Freitas
Averno/2009
terça-feira, maio 19, 2009
domingo, maio 17, 2009
RECOMENDO!
quinta-feira, maio 14, 2009
ADOPÇÃO: UMA AGRADÁVEL SURPRESA
domingo, maio 10, 2009
Uma delas é a falta de segurança, de adequação à função, e também de dignidade, de instalações de tribunais. É um tema que tem merecido pouco debate público, mas com significativa relevância pelas repercussões que tem na relação da Justiça com os cidadãos que serve e que se dirigem aos tribunais, nas condições e na qualidade do exercício das funções por parte de quem neles trabalha, e pelo que vai repercutindo da concepção que o poder executivo tem quanto ao papel do poder judicial na estrutura do Estado.
Outra, é a opinião negativa que, no “barómetro”, os cidadãos exprimem quanto à prestação profissional dos “intervenientes na Justiça”, em cuja construção assume, como estudos já realizados o demonstram, maior relevo a informação recebida através dos meios de comunicação social do que a experiência pessoal ou o conhecimento directo. Esta “imagem” não é só construída de realidade; é também, e de forma significativa, um efeito da selecção da informação feita pelos mass media, ajudada pela persistente ineficácia comunicativa do sistema de justiça na sua globalidade. No poder político, que faz as leis, determina as regras do sistema e disponibiliza os recursos, há quem surfe sobre esta onda que ajudou a crescer.
sexta-feira, maio 08, 2009
DOCUMENTOS PARA UM DEBATE SÉRIO SOBRE O MINISTÉRIO PÚBLICO
"Na verdade, ao lado das narrativas político-jurídicas tidas como detentoras do monopólio de um pensamento cientificamente validado nesta matéria, erguem-se agora outras, com acentuação ora no político, ora no social, ora no económico, ora na simples comunis opinio, todas elas marcadas por uma grande complexidade, muitas delas verdadeiramente inorgânicas, mas todas procurando, fora do campo tradicional do jurídico e do institucional, fundamentos de legitimação forte.
É uma outra Caixa de Pandora que se abre sobre as coisas da Justiça, pelo que jamais se mostrará adequada uma tentativa de regresso ao espaço fechado das explicações dogmáticas, ainda que suportadas cientificamente e fundadas em princípios e valores que, sem embargo do respeito que merecidamente reclamam, não podem mais deixar, nos nossos dias, de se submeter ao juízo crítico de uma sociedade aberta, plural e em si mesma contraditória, habitada por sujeitos autónomos e livres, verdadeiros titulares de direitos e de poder. Quer isto dizer que, sendo mesmo estas racionalidades, como se viu, tantas vezes, inorgânicas, não é por isso que elas perdem impulso modificador, pelo que não podem deixar de ser tidas em conta enquanto realidade, e realidade significante, produtora de efeitos não desprezíveis".
A. Laborinho Lúcio (in O Estatuto do Ministério Público e a reforma do Mapa Judiciário) - Revista do Ministério Público nº117
NOTA: O artigo de que foi retirada esta citação e o estudo sobre O NOVO MAPA JUDICIÁRIO PERANTE O ESTATUTO CONSTITUCIONAl DO MINISTÉRIO PÚBLICO, de Rui Medeiros e José Lobo Moutinho (clique sobre o título para o obter), que lhe serviu de mote, constituem um novo impulso no debate sobre o Ministério Público, que se vem caracterizando pela escassez de contributos intelectualmente sérias.
quarta-feira, maio 06, 2009
terça-feira, maio 05, 2009
ENCONTRO DE AVALIAÇÃO DA ACTIVIDADE DAS COMISSÕES DE PROTECÇÃO DE CRIANÇAS E JOVENS
LEIRIA (Teatro José Lúcio da Silva e NERLEI )
11 de Maio
9:00 – Recepção aos participantes
9:30 – Sessão de Abertura
Idália Moniz, Secretário de estado Adjunta e da Reabilitação
Armando Leandro, Presidente da Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco
Isabel Damasceno, Presidente da Câmara Municipal de Leiria
10:15 – O Direito da Criança a uma família. Que direito? Que família / famílias?
Paulo Guerra (Tribunal de Família e Menores de Coimbra)
Madalena Alarcão (Universidade de Coimbra)
Sílvia Portugal (Universidade de Coimbra)
Moderadora / Comentadora
Joana Marques Vidal (Procuradora-Geral Adjunta)
11:15 – Pausa para café
11:30 – Comentário e debate
12:15 – Apresentação e discussão do Relatório de Avaliação da Actividade das CPCJ no ano de 2008
Ricardo Carvalho (Secretário-Executivo da Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco)
Moderador
Francisco Maia Neto (Representante da PGR na Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco)
13:00 – Intervalo para o almoço
14:30 – Painéis temáticos
Que políticas, estratégias e interacções de prevenção primária a nível local visando a concretização desse direito? A articulação entre a CPCJ e a Rede Social.
Sílvia Portugal (Universidade de Coimbra)
Fátima Gracinda Costa (CPCJ da Lousã)
Judite Rodrigues (CLAS de Pombal)
Diagnóstico da situação familiar e prognóstico e avaliação da sua evolução, nos casos de situações de crianças em perigo. Reflexo na decisão, execução e acompanhamento das medidas. Que critérios, metodologias e recursos?
Leonor Fechas (Representante do Ministério da Justiça na Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco)
Madalena Alarcão (Universidade de Coimbra)
As responsabilidades parentais, hoje. A formação parental na promoção da parentalidade positiva. Pertinência, objectivos, destinatários, conteúdos e metodologia.
Paulo Guerra (Juiz de Direito na Vara Mista de Coimbra)
Filomena Gaspar (Universidade de Coimbra)
Carlos Magalhães de Carvalho (CPCJ de Leiria)
Crianças em instituições. Que trabalhos com as suas famílias?
Os desafios do fortalecimento dos laços de pertença e da desinstitucionalização segura. O plano DOM.
Joaquina Madeira (Presidente do Conselho Directivo da Casa Pia)
Rui do Carmo (Procurador da República no TFM de Coimbra)
Helena Simões (Departamento de Infância e Juventude do ISS)
O diagnóstico das situações e a decisão, execução e revisão de medidas de promoção e protecção de crianças, que envolvam apoio à família.
Que respostas aos desafios da qualidade, ao nível, humano, ético, científico e técnico, e de articulação e rentabilização dos recursos, tendo em conta os vários princípios orientadores da intervenção?
Lurdes Saavedra (CPCJ da Guarda)
Cristina Lira (Centro Distrital da Segurança Social de Setúbal - RSI)
16:30 – Pausa para café
Retoma dos trabalhos em hora a definir pelo painel
17:45 – Encerramento dos trabalhos em cada painel
18:00 – Teatro e Famílias – Encontro e famílias
19:00 – Encerramento dos trabalhos
20:00 – Jantar de convívio
12 de Maio
9:45 – Sessão plenária para apresentação das conclusões dos painéis temáticos
11:00 – Pausa para café
11:15 – Debate sobre as conclusões e reflexão conjunta sobre as exigências de concretização do sistema de promoção e protecção.
12:30 – Intervalo para almoço
14:00 – Experiências locais de medidas de apoio a famílias no âmbito do sistema de protecção de crianças e jovens em perigo.
2 experiências (a indicar)
15:00 - Pausa para café
15:15 – O acolhimento familiar, a adopção, o apadrinhamento civil e a tutela, à luz do direito da criança a uma família. Perspectivas actuais e desafios de futuro.
Rui do Carmo (Procurador da República no TFM de Coimbra)
Moderador
Edmundo Martinho (Presidente do ISS)
16:30 – Debate
17:30 – Sessão de encerramento
segunda-feira, maio 04, 2009
PRISÃO PREVENTIVA
A verdade é que o discurso oficial, a navegar à vista das ondas mediáticas, já deixou há muito de propagandear a diminuição do número de presos preventivos, enfatizando agora o número significativo de presos preventivos que continua a entrar nas prisões.
Projecto de Resolução n.º 470/X-4ª
(Grupo Parlamenar do Partido Comunista Português)
Recomenda ao Governo que, na definição das orientações de política criminal, elimine as restrições impostas ao Ministério Público na promoção da prisão preventiva
A Lei n.º 51/2007, de 31 de Agosto, define os objectivos, prioridades e orientações de política criminal para o biénio de 2007-2009, em cumprimento da Lei n.º 17/2006, de 23 de Maio, que aprova a Lei Quadro da Política Criminal.
Nos termos do artigo 7.º da Lei Quadro, o Governo tem a incumbência de apresentar à Assembleia da República até 15 de Abril de 2009 a proposta de lei de política criminal para o biénio 2009-2011. Abrir-se-á portanto dentro em breve o processo de revisão das orientações de política criminal.
Nos termos do artigo 15.º da Lei n.º 51/2007, de 31 de Agosto, relativo às medidas de coacção, foi determinado que o Ministério Público, de acordo com as directivas e instruções genéricas aprovadas pelo Procurador Geral da República, requer, preferencialmente, a aplicação de medidas de coacção diversas da prisão preventiva sempre que a realização do objectivo referido na alínea c) do artigo 2.º não exigir a aplicação desta medida. O objectivo referido na aludida alínea é o de garantir o acompanhamento e a assistência a agentes acusados ou condenados pela prática de crimes, designadamente quando haja risco de continuação da actividade criminosa.
Os dados constantes do Relatório de Segurança Interna relativo a 2008, primeiro ano de aplicação integral das orientações de política criminal estabelecidas, conheceu um significativo aumento da criminalidade violenta e foi marcado por momentos de particular alarme social.
A par do aumento da criminalidade, estatisticamente comprovado, houve dois factores que contribuíram decisivamente para o alarme social que se gerou: As alterações ao Código de Processo Penal em matéria de prisão preventiva e as orientações de política criminal que impuseram ao Ministério Público a promoção de medidas de coacção diversas da prisão preventiva. Tais factores foram implicitamente reconhecidos pelo Governo, que tentou “remediá-los” de forma indirecta. No caso do Código de Processo Penal, através de uma espúria alteração à “Lei das Armas” que se propõe criar um regime paralelo de prisão preventiva para os crimes cometidos com armas. No caso das orientações de política criminal, esperando que o Procurador Geral da República, através de directivas e instruções genéricas, repusesse o bom senso que o Governo não teve e viesse afinal contrariar o sentido das orientações estabelecidas.
Impõe-se por isso que, na definição das orientações de política criminal para o biénio 2009-2011 não sejam cometidos os erros do passado e que seja respeitada a autonomia do Ministério Público nos termos da lei. Isto é: O Ministério deve promover a prisão preventiva quando nos termos da Constituição e da lei, que já impõe um critério restritivo, entendam em cada caso concreto, que essa medida de coação se justifica em nome dos valores que importa defender.
Nestes termos, o Grupo Parlamentar do PCP recomenda ao Governo que no âmbito do processo legislativo conducente à aprovação da lei de política criminal para o biénio 2009-2011 elimine as restrições à promoção da prisão preventiva pelo Ministério Público constantes do artigo 15.º da Lei n.º 51/2007, de 31 de Agosto.
Assembleia da República, 16 de Abril de 2009
Os Deputados
ANTÓNIO FILIPE; BERNARDINO SOARES; JOÃO OLIVEIRA; HONÓRIO NOVO; MIGUEL TIAGO; BRUNO DIAS; JOSÉ ALBERTO LOIRENÇO; JOSÉ SOEIRO; JORGE MACHADO