domingo, maio 10, 2009

Maia uma vez, esta semana, a Justiça ocupa uma boa parte da edição do Expresso, com novos exemplos de questões que não são novas.
Uma delas é a falta de segurança, de adequação à função, e também de dignidade, de instalações de tribunais. É um tema que tem merecido pouco debate público, mas com significativa relevância pelas repercussões que tem na relação da Justiça com os cidadãos que serve e que se dirigem aos tribunais, nas condições e na qualidade do exercício das funções por parte de quem neles trabalha, e pelo que vai repercutindo da concepção que o poder executivo tem quanto ao papel do poder judicial na estrutura do Estado.
Outra, é a opinião negativa que, no “barómetro”, os cidadãos exprimem quanto à prestação profissional dos “intervenientes na Justiça”, em cuja construção assume, como estudos já realizados o demonstram, maior relevo a informação recebida através dos meios de comunicação social do que a experiência pessoal ou o conhecimento directo. Esta “imagem” não é só construída de realidade; é também, e de forma significativa, um efeito da selecção da informação feita pelos mass media, ajudada pela persistente ineficácia comunicativa do sistema de justiça na sua globalidade. No poder político, que faz as leis, determina as regras do sistema e disponibiliza os recursos, há quem surfe sobre esta onda que ajudou a crescer.