segunda-feira, fevereiro 25, 2008

CARTA DE AMOR INFORMÁTICO

Penetraste no meu coração
Como um vírua no meu processador

Vindo de lado nenhum
Ofereces-me agora
O vazio da não opção

Estragaste-me o real
Obrigaste-me a reinventá-lo:
Para quê?

Agora estás
No meu cemitério de textos
Já não te posso reencaminhar

Arquivei-te no lixo da memória
Do meu Pentium IV
Que aliás já vendi

Troquei-o por um lap top
Mais leve
Mais portátil
Mais facilmente descartável

Ana Haterly
"A Neo-Penélope"
ed. & etc - 2007