quinta-feira, dezembro 27, 2007

INTERMITÊNCIAS*

Sou talvez aquele a quem não doeu tanto
a mesma terra. Perguntas se admitiria trocá-la por
Lisboa, a cidade onde as montanhas se não vêem.
Mas que diferença faz? Bem sabemos,
ninguém se entrega a uma cidade em absoluto.


Um e outro, cá e lá, estamos apenas de passagem.
A auto-estrada é um sorriso cem à hora
que segura pelas pontas amizades como a nossa.
Vai-te embora, se assim tiver de ser, mas continua
a enviar-me os teus poemas por e-mail.

*para o Rui Pires Cabral

Vítor Nogueira

"Bagagens de Mão"
& etc, 2007


3 Comments:

At quarta-feira, 09 janeiro, 2008, Blogger Unknown said...

O mar inquieto foi posto em sossego?

Assim, para inquietar aqui vai um poema de Daniel Faria:
" Enquanto tenho lume corro
Enquanto sou a labareda e a força de queimar
Ao meio-dia - diz-me ó que vais descendo - onde
Te apascentas
Para que também eu coma, para que eu também corra
Enquanto as folhas estão orvalhadas
Enquanto o sol marca na sombra da hora
A transumância. Enquanto a corrida me abrasa.

BOM ANO. Cília

 
At quarta-feira, 09 janeiro, 2008, Blogger Rui do Carmo said...

Este mar funciona ao contrário - acalma quando os peixes que nele habitam andam mais agitados. Inquieta-se mais com o tédio!?

Um óptimo 2008 para ti também.

 
At quarta-feira, 09 janeiro, 2008, Blogger Rui do Carmo said...

Mas ... não estou no Porto!

 

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