terça-feira, janeiro 31, 2006

TRINTA E UM DE JANEIRO

"Declarado feriado naciomal logo após a instituição da República, em evocação da primeira revolta republicana, ocorrida na cidade do Porto no ano de 1891, o 31 de Janeiro constituía, no quadro das comemorações nacionais instituídas pela I República, o ponto alto de homenagem aos «mártires» da causa republicana".
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"Em 1952, Salazar institucionalizou o desinteresse que a data inspirava às entidades oficiais, através da reestruturação dos feriados nacionais que então levou a cabo - o 31 de Janeiro foi abandonado em favor de feriados religiosos, invertendo assim o movimento de laicização do calendário empreendido em 1910. Todavia, nessa altura o valor simbólico da efemeride já havia sido totalmente apropriado pela oposição e servia fins de agitação política".
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"As comemorações do 31 de Janeiro, até aí (1962) uma tradição quase exclusiva dos velhos republicanos, foram neste ano vivamente incentivadas pelo PCP que, na tentativa de radicalizar os protestos, conseguiu fazer aderir algumas camadas do operariado portuense. Vários milhares de pessoas desfilaram pelas ruas, gritando palavras de ordem contra a ditadura, contra a guerra colonial e pela amnistia dos presos políticos. Os manifestantes envolveram-se durante algumas horas em confrontods físicos com as forças policiais, do que resultaram vários feridos. Até 1974 a oposição continuou a tentar aproveitar a oportunidade proporcionada pelas comemorações do 31 de Janeiro para atacar directamente o regime, mas não voltou a conseguir produzir manifestações com a amplitude daquelas que ocorreram em 1962".

de Dicionário da História do Estado Novo - volume II
Direcção de Fernando Rosas e J.M. Brandão de Brito
Edição Círculo de Leitores