quarta-feira, novembro 16, 2005

IDENTIDADE E CIDADANIA

COLÓQUIO IDENTIDADE E CIDADANIA

Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra

22 e 23 de Novembro de 2005

Dia 22 (3.ª feira)
- 09h30: Sessão de Abertura.
- 10h00: Conferência de abertura, pelo Prof. Doutor Agostinho Ramalho Marques Neto (Psicanalista e Professor de Filosofia do Direito e Filosofia Política, Universidade de São Luís do Maranhão, Brasil): “Identidade e Cidadania”.

- Debate.

- 15h00: Mesa-Redonda sobre “Cidadanias”.
Moderadora: Prof.ª Doutora Maria Manuela Tavares Ribeiro (Grupo de História da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Directora do Mestrado em Estudos Europeus).
-Prof.ª Doutora Anna Krasteva (Directora do Departamento de Ciência Política da Universidade Nova da Bulgária);
-Prof. Doutor Paul Alliès (Director do Departamento de Ciência Política da Universidade de Montpellier I, Director da revista “Pôle Sud”);
-Prof. Doutor George Contogeorgis (Departamento de Ciência Política da Universidade Panteion, de Atenas).

Obs: intervenções em francês, com tradução simultânea.

- 21h30 (Biblioteca Joanina): Filipa Lã e Francisco Monteiro - recital de canto e piano, . Repertório de música mediterrânica.

Dia 23 (4.ª feira)
- 09h30: Mesa-Redonda sobre “Nacionalismos”. Moderador: Prof. Doutor Fernando Catroga (Grupo de História da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra).
-Prof. Doutor José Álvarez Junco (Faculdade de Ciências Políticas e Sociologia da Universidade Complutense de Madrid, Director-Geral do Centro de Estudos Políticos e Constitucionais e Conselheiro NATO do Conselho de Estado);
-Prof. Doutor José Ignacio Lacasta-Zabalza (Professor de Filosofia do Direito e de Teoria do Direito da Universidade de Saragoça);
-Prof. Doutor José Manuel Sobral (Investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e Presidente da Associação Portuguesa de Antropologia).

Obs: intervenções em português e em espanhol.

- 15h00: Conferência de encerramento pelo Prof. Doutor Joaquim Gomes Canotilho (Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra).

Entrada Livre.

Organização: Reitoria da Universidade de Coimbra.Secretariado: Pró-Reitor para a Cultura.

A identidade é condição necessária para que indivíduos, grupos e sociedades se situem no espaço e no tempo em relação a si mesmos e aos outros. Por isso, quando, mesmo que metaforicamente, se fala em “crises de identidade”, esse diagnóstico desperta logo conotações de cariz patológico. Ora, a crise tanto pode ser sinal de irreversível estertor, como anúncio de uma realidade nova. E, sabendo-se que, na sua raiz, ela é inseparável da ideia de crítica, a geminação de ambos os conceitos será caminho cientificamente profícuo para se debater o problema em correlação com este outro, seminal para a política moderna: a cidadania.
A necessidade existencial e social do espelho da identidade leva a que se acredite ser atemporal, o que, num processo muitas vezes longo, é o resultado, consciente ou inconsciente, dos conflitos da história, realidade bem patente no estudo da génese das identidades políticas e, em particular, das nacionais. Sopesar esta questão será um ponto de vista útil para se compreender as construções/desconstruções que estão a ocorrer neste campo, seja em consequência do crescimento de tendências centrífugas, encarnadas pela globalização, seja de respostas - reactivas, complementares, ou alternativas - que apelam para o seu reforço, alterações que se têm traduzido no aumento da dialéctica tensional entre cosmopolitismos, nacionalismos e regionalismos vários.
Se a exigência da cidadania surgiu na sequência da postulação dos direitos do homem como fundamento da ordem política moderna, consubstanciada no Estado-Nação, as mudanças em curso complexizaram o mundo de pertenças e afectividades do indivíduo-cidadão. Deste modo, importa discutir a actualidade e as possibilidades de concretização de um ideal que, umbilicalmente ligado ao de Nação, foi sonhado para um horizonte de consenso e de homogeneidade e que, hoje, tem de se confrontar com poderes que diversificam os mecanismos de legitimação, fazendo-o oscilar entre a nostalgia pela “liberdade dos antigos” e os novos desafios que se colocam ao exercício da “liberdade dos modernos”.