domingo, novembro 13, 2005

FLACHES DA IMPRENSA DO FIM DE SEMANA

1. As notícias erradas sobre a fundamentação da decisão do Tribunal da Relação de Lisboa no acórdão que confirmou a não pronúncia de Francisco Alves, Herman José e Paulo Pedroso e a tentativa de, a partir delas, reabilitar a teoria da cabala e destilar mais algumas gotas de alguns ódios de estimação contra o Ministério Público continuaram mesmo depois de os juízes desembargadores que o proferiram terem esclarecido publicamente que a comunicação social lhes tinha atribuído afirmações que não eram da sua autoria mas sim de advogados dos arguidos. Agora foi na rubrica assinada por Fernando Madrinha no Expresso.
No blog Causa Nossa, o post de Vital Moreira foi já corrigido.
Esperemos que Fernando Madrinha faça o mesmo no Expresso do próximo sábado.
É que com pressupostos errados não pode haver uma discussão séria!


2. “[H]á jornalistas que pagam aos miúdos para porem fogo aos carros em frente deles e conseguirem as imagens” – quem o afirma é o sociólogo francês de origem marroquina Adil Jazouly, na entrevista sobre os recentes acontecimentos naquele país, que se pode ler no Público de sábado
Lembrei-me de histórias que ouvi no Verão sobre algumas labaredas ateadas para servir de cenário a entrevistas televisivas a comandantes de bombeiros quando, por azar, só podiam ser feitas depois de os incêndios se encontrarem extintos.

3. Foi anunciada a publicação pela Colóquio Letras de 3 números (164, 165 e 166) com a poesia traduzida por David Mourão-Ferreira ao longo da sua vida, com o título Vozes da Poesia Europeia.

4. “Que razões levam um adepto da magistratura “interveniente”, como gosta de dizer, a jubilar-se aos 59 anos?
- A Procuradoria-Geral não tinha lugar onde eu me sentisse gratificado. Ia para auditor de um ministro qualquer dar uns pareceres sobre funcionários ou sobre um serviço?”.
A resposta é de Maximiano Rodrigues numa entrevista que a Pública de hoje publica.
Um caso particular do problema mais geral da gestão de quadros!

5. Francisco Teixeira da Mota, nas Obras Diversas do Público de sábado, escreve que “os tribunais escreveram mais um capítulo da história da nossa arquitectura”, a propósito do acórdão da Relação de Lisboa que, no processo instaurado pelo arquitecto Tomás Taveira sobre a “paternidade” do hotel e bungalows da Balaia, do edifício Castil e da loja e da fábrica de discos Valentim de Carvalho”, decidiu que foram “organizadas por iniciativa do atelier do arquitecto Conceição e Silva e divulgadas em seu nome”, correspondendo a uma “obra colectiva”.
Sobre a verdade judicial e a verdade histórica, o nº 25 da revista Sub Júdice (de Abril/Junho 2003), cujo tema é Justiça e Memória, é uma referência bibliográfica a não perder.