CADA DIA
Cada dia se vai atando noutros
dias com liames ásperos e mãos
que lêem poemas doridas
de os arrancarem ao veio da pedra.
Em cada dia se bebe o sumo da terra
directamente do sulco da lavra
para medir a acidez do tempo
rasgado por sobre nós.
Cada novo dia é já talvez só
memória cuspida contra a aurora
e um silêncio seco que se derrama
sobre qualquer ousadia de sol.
1 Comments:
dolorosamente belo
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