terça-feira, outubro 04, 2005

CADA DIA

Cada dia se vai atando noutros
dias com liames ásperos e mãos
que lêem poemas doridas
de os arrancarem ao veio da pedra.


Em cada dia se bebe o sumo da terra
directamente do sulco da lavra
para medir a acidez do tempo
rasgado por sobre nós.


Cada novo dia é já talvez só
memória cuspida contra a aurora
e um silêncio seco que se derrama
sobre qualquer ousadia de sol.

1 Comments:

At quarta-feira, 05 outubro, 2005, Blogger Kamikaze (L.P.) said...

dolorosamente belo

 

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