terça-feira, outubro 11, 2005

AS PERVERSIDADES DA COMUNICAÇÃO


“[Q]uando toma a forma do contraditório, a comunicação pública não é uma arena em que dois contendores se defrontam, e muito menos uma disputa entre dois mestres da universidade medieval. Ela baseia-se num pressuposto tácito e universalmente aceito: a intimação feita ao público para que se identifique com um ou o outro dos antagonistas”.

Esta frase é extraída de um pequeno livro recentemente editado em Portugal, da autoria do professor de estética italiano Mário Perniola, que tem o título Contra a Comunicação (ed. Teorema) e que constitui uma enriquecedora reflexão sobre as perversidades da comunicação.
A recente campanha eleitoral para as autárquicas foi um eloquente exemplo da caracterização acima feita do contraditório na comunicação pública. Mesmo quando os candidatos se sentavam frente-a-frente, o que acontecia regra geral não era um debate, um confronto de ideias e opiniões, mas antes discursos paralelos em que cada um visava “intimar” o público à identificação consigo.

1 Comments:

At terça-feira, 11 outubro, 2005, Blogger Carlos Rodrigues Lima said...

O mesmo se aplica aos chamados processos mediáticos.

Carlos Rodrigues Lima

 

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