sábado, setembro 10, 2005

UM CAIS IMPROVÁVEL


Escrevo palavras que já roucas
mal se ouvem para além do traço.


Caminho na orladura de despojos atirados
pela preia-mar com os pés já secos.


Tacteio o contínuo das horas
sem encontrar a emenda dos dias.


Vasculho os lugares à procura
de um cheiro vulgar de um sabor indeciso.



Acabo sentado
num cais improvável.