sexta-feira, setembro 09, 2005

RAINHA DA AMÉRICA

A catalã Nuria Amat, em Rainha da América (traduzido por Ana Mafalda Tello), com uma escrita que vai, página a página, envolvendo o leitor na sua trama, leva-nos pela mão a conhecer , por entre a história de amor entre Rat ("uma jovem espanhola recentemente chegada em missão humanitária") e Wilson (um escritor e jornalista "perseguido pelos narcotraficantes, pelos guerrilheiros e pelo exército"), na companhia de Aida (uma "supersticiosa visionária", "desde o início [o] olhar da história"), um pouco da realidade da violência nos campos colombianos e das "penas" (substantivo cuja frequente utilização no livro se insinua) dos camponeses da Colômbia (país onde a autora também viveu):

Nós, os camponeses, continuou a dizer, estamos à mercê dos sabotadores das terras. Por um lado, somos escravos dos narcotraficantes e da guerrilha, dois inimigos em duas frentes opostas. E, quando ao exército lhe dá na veneta mandar a tropa de Quibdó queimar as nossas plantações, quem perde somos também nós.