lhe conhecer o gosto
Deixem o sol entrar
reflectir-se nos nossos corpos
como numa lente e atear
a fogueira
que incendiará mitos e padrões.
Vamos plantar o inesperado
nas paredes e neste espaço
vê-los rebentar em flores com ventres
cheios e a saber a frutos
e prová-los
como se prova cada pedaço da vida sem antes
lhe conhecer o gosto.
1986
Cadernos de Literatura
Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra
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