sexta-feira, agosto 12, 2005

RUY BELO - A MARGEM DA ALEGRIA

quando as águas do mar eram ainda águas sem medida revolvidas
e não como hoje são domésticas e mansas
quando os homens viviam na intimidade da sensibilidade e dilatavam
as narinas para aspirar profundamente o cheiro do suor
das mulheres quando após o esforço principia a arrefecer
e todas as palavras eram relativamente novas e caíam como pétalas
e não havia tantas tão miúdas minudências rodeando os corpos

Agora, que há tempo para isso, 120 minutos de poesia de Ruy Belo dita pelo elenco do Teatro da Cornucópia - coom o texto para acompanhar e poder ir lendo também em voz alta.

O amor de Pedro e Inês

e a não deseja como um desejo que ultraja
e a não quer destruir só por um dia a possuir


Uma edição Assírio e Alvim / Sons.