MAIS JUSTIÇA DE MENORES
Fiquei admirado quando soube que, por insistência dela e a pedido da Comunidade em que estava em recuperação, os serviços prisionais o tinham trazido no dia em que eu ia querer saber quem era o pai da Filipa que ele acabara de conhecer no átrio do tribunal. Quando entrou no gabinete, mandei que lhe tirassem as algemas e que se sentasse na cadeira junto da mãe da bebé cuja paternidade me cabia averiguar. Libertaram-se-lhes as mãos, tive dificuldade em que me prestassem atenção, que olhassem para mim, que me ouvissem, que ele desse os dados necessários à elaboração do termo de perfilhação. Enquanto o funcionário o escrevia, guardei-me na leitura de um processo que por ali tinha. Na altura de ler e assinar, já me tinham esquecido. Estávamos todos nos meus 7 m2, e a distância entre nós era a da largura do tampo da secretária. Só não fui no entretanto à Secção porque temi que zarpassem pela provocante janela que nos separava da rua. Com a Filipa.
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